segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Carolina? Clara? Tanto faz...

"Carolina, nos seus olhos fundos guarda tanta dor, a dor de todo esse mundo
Eu já lhe expliquei, que não vai dar, seu pranto não vai nada ajudar
Eu já convidei para dançar, é hora, já sei, de aproveitar
Lá fora, amor, uma rosa nasceu, todo mundo sambou, uma estrela caiu
Eu bem que mostrei sorrindo, pela janela, ah que lindo
Mas Carolina não viu...
Carolina, nos seus olhos tristes, guarda tanto amor, o amor que já não existe,
Eu bem que avisei, vai acabar, de tudo lhe dei para aceitar
Mil versos cantei pra lhe agradar, agora não sei como explicar
Lá fora, amor, uma rosa morreu, uma festa acabou, nosso barco partiu
Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela e só Carolina não viu." Chico Buarque
Ontem, conversando com um amigo, citei a ele "Carolina" - de Chico Buarque, para falar do tempo, do tempo que passa pela janela enquanto lamentamos o que foi, o que poderia ter sido; enquanto esperamos... Citei "Carolina" pra ele numa apologia de que não existe tempo certo para nada na vida, pois enquanto a morte nos espreita o tempo de ser feliz é hoje. 
A música, que surgiu do nada no diálogo, passou a noite inteira na minha cabeça. E, se uma imagem fala, a imagem de "Carolina" esperando na janela me falou à alma. De repente, percebi que "Carolina" também poderia se chamar "Clara". 
Clara também guarda tanto amor...
E Clara, assim, finalmente tomou uma decisão: Clara resolveu olhar a janela, ver a rosa que nasceu e a estrela que caiu... 
Clara decidiu emanar o seu perfume no mundo, junto aqueles que realmente querem sentir a sua fragrância - não que já não o faça...
Mas Clara finalmente decidiu que o tempo não mais passará pela janela, pois Clara resolveu aceitar o convite e sair para sambar...

Clara, neste momento, com lágrimas nos olhos, se despede de vocês - amigos conhecidos e desconhecidos. Levo comigo uma tristeza enorme no peito e uma saudade de tempos onde o amor e a esperança davam o tom; mas também levo comigo uma certeza: você nunca perde quando dá o melhor de si. Continuarei seguindo o meu caminho sendo, acima de tudo, quem sou: um ser pra lá de imperfeito, mas dotado de qualidades ímpares.
Deixo aqui para vocês, meus amigos, uma rosa, como parte da rosa que nasceu enquanto o tempo passava na janela...
Gratidão pelo tempo que passamos juntos!
Namastê!
EuCLARA




Querido Antônio


Querido ANTÔNIO

Eu, CLARA,
Rezo por um mundo florido
De sonhos, beijos e compartilhar 
Rezo pelo por do sol conjunto
E pelo brilho sempre no olhar

Vejo em foto não apenas o riso e a união
Vejo na foto o brilho de uma plena comunhão 

Mãos que se entrelaçam
corpos que se laçam 
Vidas que sempre se cruzam
Mas nem atam nem desatam

Prometo que luto arduamente 
Para preservar o bem, o amor e o crer
Luto arduamente para ver
Que o verdadeiro amor tem poder

Também não sou de poesia ou prosa
Também não sou da rima
Mas por amor a ti fiz do verso a prosa
E da prosa a rima

Receba então mais este rascunho
Rabisco de um rabisco
Do imenso amor tatuado
Porque senão rabiscado 
Nas paredes do meu coração 

Que este pequeno testemunho fique assim gravado
Nem que seja por cortesia
Esperando que você assim não rasgue
Outra de minhas tolas poesias

Que mesmo tola esta ode 
Que hoje veio para o blog
seja no teu coração guardada
Senão também tatuada
Como a mais doce poesia 

EuCLARA