segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Ei, você...

Ei você...
Você que chegou de jeito, devagar e sorrateiro. Você que tocou o meu peito, com um jeito leve e meio sem jeito. Você que me arrancou da dor, que me entregou a flor. 

Ei você...
Você que me devolveu o brilho, que me tirou do trilho. Você que nem imagina o milagre que fez em mim. 

Ei você...
Você de jeito tímido, quase despercebido. Você de jeito manso, tranquilo, calmo e macio. Você de aparência simples, de coração puro, mas intranqüilo. 

Ei você...
Você que não ousou. Você que me despertou. Você que me respeitou. Você que me mostrou quem sou.

Ei você...
Você que não apenas me conhece, mas também me reconhece, no simples toque de um olhar. Você que me chamou de gênio, mas que realmente é um gênio.

Ei você...
Você que sabe que o acaso não vem por acaso. Você que me faz dizer: tem calma! Você que me incita dizer: dá tempo ao tempo...

Ei você...
Você que me transportou no tempo. Você que queria outros tempos. Você que me pediu mais tempo. Você que me deu o tempo.

Ei você... 
Quisera ter o tempo. Quisera ser o gênio. Quisera ter, quisera termos, quisera sermos.

Ei você...
Gratidão!!!
Gratidão por arrancar o véu. 
Gratidão por me mostrar o céu. 
Gratidão pelo brilho das estrelas.

(Tatiana Fernandes)

Desejo

"Quero voltar
ao mundo dimensão,
ao centro da paixão
desenhada num ponto só
fixo no meio de ti,
no meio de mim,
a rodopiar
na confusão.

Queres voltar
para lutar,
entre a espada e a flecha
no vento da porta que fecha
na chave do teu coração,
segredo que ultrapassa,
se dispersa e abraça
o teu medo, o teu chão.

Talvez adormecer, 
talvez mergulhar,
talvez revirar
a flor que em ti nasce
neste verso tão confuso,
que me cobre meia face.


Quero viver,
quero voltar.
Quero querer
quero sonhar."

(Tatiana Fernandes)



terça-feira, 23 de novembro de 2021

Ontem, hoje, amanhã, não sei. (Tatiana Fernandes)


Ontem,

hoje, não sei.

Se amanhã,

também não sei.

O tempo passa lento,

em completo  desalento,

desatento a si mesmo, o tempo,

sempre a passar

em busca de um amanhã

que já não existe,

mas que  resiste em nós

e que ainda buscamos inutilmente,

inconscientemente, em nossa fuga a sós.

 

Ontem, hoje,

amanhã, não sei.

Apenas sei que mais um dia virá

me trazendo  você,

me levando a você.

Nos trazendo o cotidiano

e os tolos enganos

que insistimos em não ver,

que persistimos em viver

em mais um dia a passar, sem emoção,

apenas na tola ilusão

de vivermos mais um dia a dois,

como antes, como depois,

silenciosamente.


Porque ontem, hoje,

amanhã, não sei...

(Tatiana Fernandes)

Quem dera ainda fôssemos... (Tatiana Fernandes)

Quem dera ainda fôssemos
os coerentes de outrora,
que se permitiram ousar, 
quando a vida nos convidou a sonhar.

Quem dera ainda fôssemos 
os lúcidos daquelas horar e horas
que trocamos idéias,
que trocamos sonhos,
que trocamos...

Quem dera ainda fôssemos
os irracionais de outro dia
que se permitiram amar
sem medos, sem freios, 
sem receios.

Quem dera ainda fôssemos
os insensatos de juízo perfeito
que deixaram-se envolver 
no toque, se perder no abraço,
consumir-se no beijo.

Quem dera ainda fôssemos 
os imprudentes daquelas noites,
que sob a luz das estrelas,
sem pudores ou temores,
se perderam em desejos.

Quem dera ainda fôssemos
os adolescentes do outro dia,
que riam, brincavam e se escondiam,
para viver a loucura de ser
apenas nós dois.

Quem dera...(Tatiana Fernandes)

       

Saudades de você... (Tatiana Fernandes)

Saudade... 
Eu não queria senti-la, 
mas é mais forte que eu. 
Lembranças que escravizam, 
Retiram a paz, 
Sinto saudades de você…
 
Saudade dos nossos abraços apertados, 
dos nossos carinhos intermináveis, 
de me enlaçar em seus braços
e viajar por entre as estrelas.

Saudade dos seus beijos, 
que me tomavam por inteiro.
Saudades do teu corpo, 
do encaixe perfeito.

Saudade do olhar, do sorriso
Dos longos carinhos 
Das intermináveis conversas 
Do que vivemos juntos e 
E do que poderia ser.

Saudade de você…
Saudade
Que não consigo conter
Que faz difícil esquecer
segurar a lágrima 
Restringir a dor. 

Saudade
Que faz o amor virar solidão
O tempo se tornar insensatez 
As respostas serem todas: não sei.

Saudade 
Que me faz sussurrar ao vento 
Conversar com as estrelas 
Sondar os mistérios do universo 
Descobrir do que o amor é capaz.

Queria ter o poder de te trazer de volta
Pra poder sentir, tornar a sonhar 
Viver o amor, que entre soluços professamos.

Queria ter o poder de te trazer de volta
Porque simplesmente, 
sinto uma saudade enorme de você! (Tatiana Fernandes)


quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Quero Voltar (Tatiana Fernandes)

 


Quero voltar
ao mundo dimensão,
ao centro da paixão
desenhada num ponto só
fixo no meio de ti,
no meio de mim,
a rodopiar
na confusão.

Quero voltar
para lutar,
entre a espada e a flecha
no vento da porta que fecha
na chave do teu coração.
Segredo que ultrapassa,
se dispersa e abraça
o teu medo, o teu chão.

Talvez adormecer, 
talvez mergulhar,
talvez revirar
a flor que em ti nasce
neste verso tão confuso,
que me cobre meia face.

Quero viver,
quero voltar.
Quero querer
quero sonhar
(Tatiana Fernandes)

Um Átimo (Tatiana Fernandes)


Ao amanhecer, cansado de sonhar
descobriu que a resposta
estava em um átimo
entre o sono e a vigília
dentro do seu íntimo

Ao entardecer, cansado de pensar
descobriu que o segredo
estava no intervalo
entre uma batida e outra
do seu coração

Ao anoitecer, cansado de correr
descobriu que a magia
estava no silêncio
entre a inspiração e a expiração
dentro do seu próprio peito

Ao alvorecer, cansado de sofrer
descobriu que a solução
estava no espaço
entre um pensamento e outro
na sua cabeça

Ao final, cansado de procurar,
descobriu que o propósito
talvez se esconda no vazio
entre o que era, o que parecia 
e o que pode vir a ser.

Enquanto isso, eu e você,
ora perdidos, 
outrora encontrados,
presos e entregues
 a um átimo do tempo. 
(Tatiana Fernandes)