Ouvi certa vez que meu amor, o amor que há em mim, é visceral. Como gosto do significado das palavras, busquei o que seria "visceral" e "amor visceral". Em sendo visceral aquilo que é profundo, entranhado, das vísceras, ..., temos como "amor visceral" um amor tão forte e profundo que nos toma como parte de nós, como parte do SER. O nascimento de um filho, ser mãe é algo visceral, o sentido visceral de ser...
Em sendo um amor visceral, há como fugir dele? Há como se esquivar de vivê-lo? Essas são as perguntas que me tomam a alma.
É tão simples se apegar a razão, num determinado momento de reflexão, e simplesmente dizer: - não dá pra mim. É tão fácil ater-se ao ego, num momento de pura dor e revolta, e dizer: - não quero mais. Mas há como se fugir do amor que nos chama e entorpece? Há como fugir a um coração que clama? É uma dor pungente, dilacerante, uma dúvida eterna que teima em ser saciada: E SE? Teria o amor sido feito para ser protelado, para ser esquecido num canto qualquer da alma?
O Papa Bento XVI, em sua primeira encíclica, Deus caritas est (Deus é amor), esclarece: "Somente quando ambos (corpo e alma) se fundem verdadeiramente numa unidade é que o homem se torna plenamente ele próprio. Só assim é que o amor - o EROS - pode amadurecer até sua verdadeira grandeza."(Deus caritas est - n.5) Corpo e alma se fundem - amor visceral. O amor entre homem e mulher tende à santidade, ao estágio superior mais elevado de doação e entrega mútua, chamado Ágape, quando ele emana da alma, quando ele emana do que há de mais profundo em nós.
São Paulo descreve o Ágape no capitulo 13 da Primeira Carta ao Coríntios ao afirmar: "O amor tudo suporta, o amor tudo perdoa" (Cor 13,4-9). Não por acaso, esse texto geralmente é utilizado na liturgia da Palavra, durante as cerimônias de casamento. Relacionamentos e casamentos não conseguem amadurecer para o amor Ágape quando não passam de mera atração, desejo, paixão e não evolui para o estágio de permanência, fidelidade e doação. Amar verdadeiramente a uma pessoa é, acima de tudo, fazer o outro feliz edificando-o, não manipulando-o sob ilusões; amar verdadeiramente, é buscar ser feliz evoluindo na eterna arte do aprendizado mútuo.
Deus enxerga o amor como um caminho para a santidade.
Foi através deste amor - "amor visceral", confesso, que aprendi a ser uma pessoa melhor; esse amor me ensinou, me lapidou e fez reverberar em mim o desejo sincero de fazer chegar às pessoas a esperança. Então, seria este "amor visceral" tão errado assim para ser preterido sob a alegação de que a "razão" deve imperar? E o que seria a razão neste caso, qual seria a verdadeira verdade encoberta? Nem sempre o que está aparente é o que parece; muito pode se esconder sob o manto da tolerância e de falsos conceitos.
Para mim, não existe nada mais real, sublime, racional e emocional, do que o amor que emana do meu coração. E este amor, ele está em mim, nas minhas entranhas, em todo o meu ser... E este amor, eu divido com você, que ainda teima em ver na razão o sentido da sua vida.
Gratidão meus amigos!!!
Namastê
EuCLARA
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