"Estabelecer limites, descondicionar, permitir-se mudar de narrativa, direção, respirar. Para isto escolher: ir embora ou ficar? Antes de qualquer coisa, entender-se dentro do contexto ou do conflito. Perceber quão desconfortável ou aconchegante. Se extrai luz ou esvazia. Se há troca e parceria. Saber receber para doar-se sem doer. Estar tão complemente confortável na própria pele que o Outro jamais será uma invasão, mas uma possibilidade de ajuste ou a necessidade de dizer um doloroso ou convicto “não”. Preservar sua individualidade para respeitar a alheia. Desvencilhar-se da necessidade de controle para que se estabeleça a intimidade. Descobrir se a relação é feita de reciprocidade. Demarcar certos espaços para que duas pessoas inteiras se entrelacem. Trabalhar-se arduamente para que haja independência, a que preza pela disponibilidade afetiva. E não se acomodar na dependência da carência quando tudo o que se quer é, simplesmente, viver uma história bonita." Marla de Queiroz
Encontrei este texto no Instagram e ele se assemelhou ao meu momento de ontem. Momento de despedida, carinho e cumplicidade de quem viveu uma história em dias numerados, em horas contadas, em aprendizado e crescimento partilhado.
Veja querida amiga EuPink, não discordo dos seus pensamentos, não critico suas palavras e sentimentos que, percebo, baseiam-se na visão que tens e nas histórias que eu mesma te contei. Histórias contadas em momentos de dor, de introspecção, de alegria. Mas diante da complexidade da vida e das pessoas, não podemos nos basear apenas naquilo que falam as palavras ou atitudes, mas no que expressa-se no olhar, no toque e, principalmente, no coração.
Na trajetória da minha vida, alguns dias vividos a mais que você, também aprendi muitas coisas. Aprendi que a verdade, por mais dura e dolorida, ela é necessária e ela liberta. Aprendi que o conhecimento, a busca, a incessante sede por respostas nos expande e nos torna mais fortes, convictos do que realmente somos e do que realmente queremos; seguros do que sentimos de verdadeiro dentro de nós mesmos. E, o que existe de verdadeiro é o que nos fala o coração. Não quero o meu coração vazio, quero ele sempre cheio e transbordando de amor: amor por mim, pela vida, pelo mundo. E, para ter o coração preenchido de amor, necessário se faz perdoar as nossas próprias imperfeições e as do outro.
Minha querida amiga, enquanto somos os responsáveis por nossa própria vida, temos de acreditar em nós mesmos e no que dita o nosso coração. Entende?!
Veja, embora minha trajetória até aqui tenha sido cheia de dores e conflitos, ela também foi preenchida com momentos de lutas, cumplicidade, aprendizado e muito amor. Vez preto e branco, ora colorida, minha história foi marcada com o fogo que emana de duas almas que se reencontram e se reconhecem.
E a dor, a dor foi necessária ao meu amadurecimento, à minha transformação e transmutação. Através da dor aprendi a me conhecer e reconhecer como um ser inquieto, impaciente e intranquilo sim, mas em evolução. O tempo onde joguei mais lágrimas, onde senti mais dor e sofrimento, foi o tempo que mais cresci, me elevei e acordei. Sai do casulo e deste casulo nasceu a fênix (como sempre diz você). Hoje, já consigo enxergar minhas próprias asas - ainda um pouco acanhadas, mas cheias de cores e com um potencial de vôo... Minha força, minha fé e minha esperança expandem, cada dia mais, essas asas, deixando claro que a felicidade e a vitória está ao alcance de minhas mãos, porque não dependem mais de ninguém a não ser de mim mesma.
E, como já me disse um grande amigo certa vez: O que é seu é seu! Nada e ninguém
irá tirar de ti! O que foi construído na base do verdadeiro amor, não foi
criado por um dia, não foi criado com necessidades … ”
Hoje, estou reconstruindo o verdadeiro amor em mim, não percebes? Mas, para isso, necessito manter os meus peões e preservar, acima de tudo, o amor como um todo, porque eu ainda acredito nele.
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